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Diagnóstico e Estadiamento do Câncer de Próstata

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Diagnóstico e Estadiamento do Câncer de Próstata Empty Diagnóstico e Estadiamento do Câncer de Próstata

Mensagem  Fernanda Rocha Sex Dez 20, 2013 3:53 pm

O diagnóstico do câncer da próstata é feito pelo estudo histopatológico do tecido obtido pela biópsia da próstata, que deve ser considerada sempre que houver anormalidades no toque retal ou na dosagem do PSA. O relatório anátomo-patológico deve fornecer a graduação histológica do sistema de Gleason, cujo objetivo é informar sobre a provável taxa de crescimento do tumor e sua tendência à disseminação, além de ajudar na determinação do melhor tratamento para o paciente. Na graduação histológica, as células do câncer são comparadas às células prostáticas normais. Quanto mais diferentes das células normais forem as células do câncer, mais agressivo será o tumor e mais rápida será sua disseminação. A escala de graduação do câncer da próstata varia de 1 a 5, com o grau 1 sendo a forma menos agressiva:
• Grau 1 – As células são, geralmente, uniformes e pequenas e formam glândulas regulares, com pouca variação de tamanho e forma, com bordos bem definidos, densamente agrupadas, distribuídas homogeneamente e com muito pouco estroma entre si.
• Grau 2 – As células variam mais em tamanho e forma e as glândulas, ainda uniformes, mostram-se frouxamente agrupadas e com bordos irregulares.
• Grau 3 – As células variam ainda mais em tamanho e forma, constituindo glândulas muito pequenas, uniformes, anguladas ou alongadas, individualizadas e anarquicamente espalhadas pelo estroma. Podem formar também massas fusiformes ou papilíferas, com bordas lisas.
• Grau 4 - Muitas das células estão fusionadas em grandes massas amorfas ou formando glândulas irregulares, que são distribuídas anarquicamente, exibindo infiltração irregular e invadindo os tecidos adjacentes. As glândulas podem apresentar, ainda, células pálidas e grandes, com padrão hipernefróide.
• Grau 5 – Tumor anaplásico. A maioria das células estão agrupadas em grandes massas que invadem os órgãos e tecidos vizinhos. As massas de células podem exibir necrose central, com padrão de comedocarcinoma. Muitas vezes, a diferenciação glandular pode não existir: padrão de crescimento infiltrativo tipo cordonal ou de células soltas. Para se obter o escore total da classificação de Gleason, que varia de 2 a 10, o patologista gradua de 1 a 5 as duas áreas mais freqüentes do tumor e soma os resultados. Quanto mais baixo o escore de Gleason, melhor será o prognóstico do paciente. Escores entre 2 e 4 significam que o câncer provavelmente terá um crescimento lento. Escores intermediários, entre 5 e 7, podem significar um câncer de crescimento lento ou rápido e este crescimento vai depender de uma série de outros fatores, incluindo o tempo durante o qual o paciente tem o câncer. Escores do final da escala, entre 8 e 10, significam um câncer de crescimento muito rápido.
• Gleason de 2 a 4 – existe cerca de 25% de chance de o câncer disseminar-se ara fora da próstata em 10 anos, com dano em outros órgãos, afetando a sobrevida.
• Gleason de 5 a 7 - existe cerca de 50% de chance de o câncer disseminar-se para fora da próstata em 10 anos, com dano em outros órgãos, afetando a sobrevida.
• Gleason de 8 a 10 - existe cerca de 75% de chance de o câncer disseminar-se para fora da próstata em 10 anos, com dano em outros órgãos, afetando a sobrevida.
Toque prostático (TP) - é sempre recomendável e também fundamental no estadiamento da doença, bem como para definição do tratamento.
Antígeno prostático específico (PSA) - aceita-se como valores limites normais até 4 ng/ml, porém podem existir tumores com PSA abaixo deste valor. Quando o PSA estiver acima de 10 ng/ml há indicação formal para biópsia. Para valores entre 4-10 ng/ml deve-se também levar em consideração a velocidade do PSA e a relação PSA livre/total.
Ultra-som transretal – pode ser usado para orientar a biópsia da próstata. Também pode ser útil na determinação do volume prostático e para avaliar a extensão local da doença.

Referência Bibliográfica: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Programa nacional de controle do câncer da próstata: documento de consenso. - Rio de Janeiro: INCA, 2002.


Escore de Gleason
O sistema mais comumente utilizado para graduacao do CaP e o escore de Gleason.
Diagnóstico e estadiamento
A decisao do prosseguimento do diagnostico e estadiamento e definida pelas opcoes de tratamento que estao disponíveis para o paciente, levando-se em consideracao a idade e as
comorbidades do mesmo. Procedimentos que não afetam a decisão terapêutica devem usualmente ser evitados. Relatório sinóptico do espécime cirúrgico resulta em um exame patologico mais transparente e completo.

Lista para relatório patológico das biópsias prostáticas

1. Tipo histológico do carcinoma

2. Graduação histológica (Global ou grau mais alto)
• Grau primário
• Grau secundário (mais alto)

3. Fração de fragmentos envolvidos
• Numero de fragmentos envolvidos pelo carcinoma
• Numero total de fragmentos

4. Quantificação do tumor
• Porcentagem de tecido prostático envolvido pelo carcinoma ou extensão em mm do câncer

5. Extensão Tumoral
• Identificação de extensão perineural
• Identificação de extensão extra prostática
• Identificação de invasão de vesícula seminal

Lista para o processamento e relatório patológico do espécime da prostatectomia radical (PR)

1. Processamento do espécime da PR
• Incorporação total do espécime da prostatectomia e o preferido, quer por secção convencional (secção por quadrante) ou por secção de todo o montante.
• A totalidade da superfície das amostras da PR deve ser coberta, antes de cortar, a fim de avaliar o estado da margem cirúrgica.
• O ápice deve ser examinado separadamente, usando o método de cone com o seccionamento sagital ou radial.

2. Tipo histológico

3. Grau histológico
• Grau primário (predominante).
• Grau secundário.
• Grau terciário (se exceder > 5% do volume do CaP).
• Escore global de Gleason.
• Porcentagem aproximada de Gleason graus 4 e 5 (opcional).

4. Quantificação do tumor (opcional)
• Porcentagem do tecido prostático envolvido.
• Dimensão do tumor do nódulo dominante (se identifica do), maior dimensão em mm.

5. Estadia mento patológico (pTNM)
• Presença de extensão extra prostática (focal ou extenso), especificando o local.
• Presença de invasão de vesícula seminal.
• Presença de metástases linfonodais, número total de linfonodos e número de linfonodos positivos.

6. Margens cirúrgicas
• Presença de carcinoma na margem
• Se presente, especificar local(is) e se a invasão e intra ou
extra prostática

7. Outros
• Se identificado, presença de invasão vascular.
• Localização (local, zona) do tumor dominante (opcional).
• Invasão perineural (opcional).
• Se presente, especificar invasão extra ou intraprostática.

Referência Bibliográfica: HEIDENREICH, A. et al. Guidelines on prostate cancer. Eur Urol, v. 53, n. 1, p. 68-80, 2008.

Fernanda Rocha

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