Qual é o manejo indicado para paciente pediátrica com poliartrite?
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Qual é o manejo indicado para paciente pediátrica com poliartrite?
Paciente de 10 anos de idade, sexo feminino, traz queixa de artralgia com sinais flogísticos em punho, cotovelo e interfalangianas proximais, com padrão migratório, iniciada há algumas semanas. Relata picada por inseto não observado precedendo o quadro. Não há sinais de acometimento sistêmico na história. Ao exame físico, auscultou-se sopro sistólico grau I.
Abordagem do paciente pediátrico com poliartralgia
Em um primeiro momento investiguei os quadros de poliartrite da infância dispostos no Pediatria Ambulatorial, sendo os seguintes compatíveis com a história da paciente:
Febre reumática;
Distrofia simpático-reflexa, não obstante acometa mais os MMII;
Artrite idiopática juvenil;
Artrite reativa, possivelmente pela inoculação de agente bacteriano pela picada de animal não identificado;
Lúpus eritematoso sistêmico;
Púrpura de Henoch-Schönlein.
De acordo com o que o UptoDate nos traz, a avaliação da paciente seria eminentemente clínica, o que complementa o dado trazido pelo capítulo de livro consultado, em que a diferenciação entre essas condições depende principalmente da evolução da doença, havendo achados laboratoriais mais consistentes no caso de acometimento sistêmico, o que não ocorre com essa jovem.
A abordagem inicial de laboratório proposta por ambas as fonte consiste em:
1. Hemograma;
2. Marcadores de fase aguda da inflamação;
3. Função renal e hepática;
4. LDH;
5. EAS.
No caso de artrite aguda, tem-se também:
1. Cultura de material biológico;
2. Antiestreptolisina O (ASLO);
3. Sorologia para doença de Lyme.
Nesse contexto, tendo sido pedido hemograma, marcadores de fase aguda, EAS e e ASLO, parece que se tem uma boa cobertura para as causas de manifestação sistêmica menos exuberante - febre reumática, poliartrite juvenil, artrite reativa e púrpura de Henoch-Schönlein. A paciente teve retorno agendado assim que resultado dos exames ou caso piora do quadro ou surgimento de novos sintoma, sendo que sua evolução deve ser de grande valor para a continuação do raciocínio clínico.
Abordagem do paciente pediátrico com poliartralgia
Em um primeiro momento investiguei os quadros de poliartrite da infância dispostos no Pediatria Ambulatorial, sendo os seguintes compatíveis com a história da paciente:
Febre reumática;
Distrofia simpático-reflexa, não obstante acometa mais os MMII;
Artrite idiopática juvenil;
Artrite reativa, possivelmente pela inoculação de agente bacteriano pela picada de animal não identificado;
Lúpus eritematoso sistêmico;
Púrpura de Henoch-Schönlein.
De acordo com o que o UptoDate nos traz, a avaliação da paciente seria eminentemente clínica, o que complementa o dado trazido pelo capítulo de livro consultado, em que a diferenciação entre essas condições depende principalmente da evolução da doença, havendo achados laboratoriais mais consistentes no caso de acometimento sistêmico, o que não ocorre com essa jovem.
A abordagem inicial de laboratório proposta por ambas as fonte consiste em:
1. Hemograma;
2. Marcadores de fase aguda da inflamação;
3. Função renal e hepática;
4. LDH;
5. EAS.
No caso de artrite aguda, tem-se também:
1. Cultura de material biológico;
2. Antiestreptolisina O (ASLO);
3. Sorologia para doença de Lyme.
Nesse contexto, tendo sido pedido hemograma, marcadores de fase aguda, EAS e e ASLO, parece que se tem uma boa cobertura para as causas de manifestação sistêmica menos exuberante - febre reumática, poliartrite juvenil, artrite reativa e púrpura de Henoch-Schönlein. A paciente teve retorno agendado assim que resultado dos exames ou caso piora do quadro ou surgimento de novos sintoma, sendo que sua evolução deve ser de grande valor para a continuação do raciocínio clínico.
LeopoldoFreitas- Mensagens : 11
Data de inscrição : 11/04/2014
retorno
Só para te deixar a par. A paciente retornou com todos os exames normais e melhora espontânea da dor após 1 semana. Qual diagnóstico você acha mais provável?
Rodrigo
Rodrigo
Rodrigo Pastor- Mensagens : 23
Data de inscrição : 13/03/2012
Re: Qual é o manejo indicado para paciente pediátrica com poliartrite?
Que bom, professor! Então, uma evolução autolimitada sugere a artrite reativa. Poderíamos ter encontrado uma alteração dos marcadores inflamatórios, mas no raciocínio dessa hipótese diagnóstica eles já poderiam ter se normalizado no momento do exame... Os outros quadros de artrite juvenil também podem ter períodos de acalmia, mas provavelmente teríamos marcadores de fase aguda alterados. No caso de febre reumática a artrite também poderia cessar espontaneamente, mas esperaríamos ASLO detectável. Artrite reativa é o meu voto então
LeopoldoFreitas- Mensagens : 11
Data de inscrição : 11/04/2014
resposta
Concordo. Acho que o seguimento também será importante. No entanto a evolução parece benigna até aqui. A evolução do caso está completamente de acordo com as diretrizes da Colégio Americano de Reumatologia. Gostaria de chamar a atenção para a não necessidade de solicitação de "provas reumáticas" (FAN, FR, Anti-CCP) em casos de poliartrite aguda, devido à alta taxa de falso-positivos.
Referência: Guidelines for the initial evaluation of the adult patient with acute musculoskeletal symptoms. American College of Rheumatology Ad Hoc Committee on Clinical Guidelines. Arthritis Rheum 1996; 39:1.
Referência: Guidelines for the initial evaluation of the adult patient with acute musculoskeletal symptoms. American College of Rheumatology Ad Hoc Committee on Clinical Guidelines. Arthritis Rheum 1996; 39:1.
Rodrigo Pastor- Mensagens : 23
Data de inscrição : 13/03/2012
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