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Uso do Holter na investigação de palpitações

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Uso do Holter na investigação de palpitações Empty Uso do Holter na investigação de palpitações

Mensagem  Barbara Vidigal Dom Dez 14, 2014 6:47 am

Palpitações são sensações de batimentos cardíacos rápidos ou irregulares, sendo mais frequentemente causadas por arritmias cardíacas ou ansiedade. Porém, a maioria dos pacientes com arritmias não se queixam de palpitações.
Qualquer arritmia, incluindo taquicardia sinusal, fibrilação atrial, contração ventricular prematura ou taquicardia ventricular pode causar palpitações. As palpitações devem ser consideradas como potencialmente mais graves se estão associadas à tontura, quase-síncope ou síncope.
Problemas cardíacos não-arrítmicos, como prolapso de válvula mitral, pericardite e insuficiência cardíaca congestiva; e problemas não-cardíacos, tais como hipertireoidismo, síncope vasovagal e hipoglicemia podem causar palpitações. Elas podem também resultar de drogas estimulantes ou excesso de medicamentos de prescrição. Além disso, palpitações sem motivo aparente podem ser encontrados em até 16 por cento de pacientes.
Eletrocardiograma (ECG) geralmente é indicado se a etiologia das palpitações não pode ser determinada a partir da história do paciente e exame físico. Quando as palpitações ocorrerem de forma imprevisível ou não ocorrem diariamente, uma avaliação de duas semanas de gravação contínua de eventos de ciclo fechado é indicado. Holter para 24 a 48 horas pode ser apropriado em pacientes com palpitações diárias.
O monitor Holter é um monitoramento por ECG simples que é usado continuamente por 24 ou 48 horas. O paciente deve manter um diário de sintomas que ocorrerem durante a monitorização. Há também o monitoramento trans-telefônico de uso contínuo, em que são transmitidas gravações por telefone para uma estação central. Ao contrário dos monitores de Holter, o trans-telefônico salva dados apenas poucos minutos anteriores e posteriores quando o paciente aciona manualmente o monitor. Estes monitores são menores do que um Holter (isto é, o tamanho de um bip) e podem perder arritmias assintomáticas ou que ocorrem durante o sono ou com síncope.
Sobre a escolha de dispositivos para monitoramento, os resultados de uma revisão de estudos comparando Monitores de Holter e de Evento via transtelefônica constatou que o rendimento diagnóstico foi de 66 a 83 por cento quando se utilizaram monitores de eventos para o monitoramento, e 33 a 35 por cento quando foram utilizados os monitores de Holter. Além disso, monitores de eventos foram significativamente mais rentáveis do que monitores de Holter. Os resultados de estudos retrospectivos e prospectivos mostraram que 83 a 87 por cento dos pacientes tiveram transmissões de diagnóstico dentro das primeiras duas semanas de utilização de um monitor de eventos transtelefônico. Dessa forma, as evidências apontam para o uso de duas semanas de monitoração de eventos para palpitações, sendo o Holter por 24 horas uma alternativa para monitoramento em pacientes que experimentam confiavelmente palpitações todos os dias, ou que não estejam dispostos a usar um monitor de eventos por duas semanas, ou se o monitoramento de eventos não é disponível localmente. Quando as palpitações são sustentadas ou mal toleradas, uma referência a um cardiologista para uma avaliação eletrofisiológica pode ser necessária.

Fonte: Diagnostic Approach to Palpitations. Allan V. Abbott, M.D., Keck School of Medicine of the University of Southern California, Los Angeles, California. Am Fam Physician 2005;743-50,755-6. Copyright© 2005 American Academy of Family Physicians.

Barbara Vidigal

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