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ÍNDICE TORNOZELO-BRAQUIAL

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Mensagem  Gabriella Noronha Frois Qui Abr 02, 2015 11:03 pm

ÍNDICE TORNOZELO-BRAQUIAL (ITB)

O ITB representa a razão entre a pressão arterial sistólica do tornozelo e do braço, é um método simples, não invasivo, de baixo custo e de grande confiabilidade. O cálculo do ITB é realizado pela relação da maior pressão arterial sistólica da artéria tibial posterior e da artéria dorsal do pé (com obtenção nos dois membros ou em apenas um, dependendo da casualidade) com a maior pressão sistólica das artérias braquiais. Vários estudos comprovam a eficácia do ITB como ferramenta para diagnóstico de moléstias cardiovasculares em sua fase inicial, oferecendo redução de custos para o sistema de saúde brasileiro e empresas, prevenindo os riscos cardiovasculares e melhorando a qualidade de vida para o paciente.

O diabetes mellitus atualmente é considerado uma das principais doenças crônicas que afetam o homem contemporâneo, acometendo populações de países em todos os estágios de desenvolvimento econômico-social(GAGLIARDINO et al., 2002).

O impacto da doença vascular periférica como problema de saúde pública decorre não apenas de seu quadro clínico diretamente relacionado à hiperglicemia, mas principalmente como complicações crônicas vasculares e neurológicas observada pelas alterações em diferentes órgãos e sistemas, que se traduzem pior prognóstico (LERÁRIO, 1998).

De 2% a 5% das populações ocidentais são afetadas pelo diabetes, entretanto 40% a 45% de todos os amputados de membro inferior são diabéticos. Amputações maiores são dez vezes mais freqüentes em diabéticos com doença arterial periférica do que em não-diabéticos com o mesmo acometimento (TASC, 2000).

Nos pacientes diabéticos, há uma predileção da doença macrovascular oclusiva envolver primariamente as artérias tibiais e a peroneira, entre o joelho e o pé, como evidenciado pelo fato de 40% dos pacientes diabéticos com gangrena terem pulso poplíteo palpável (GIBBONS,1995 apud De Luccia, 2003).

O índice tornozelo/braço (ITB), que é um método não invasivo, usado para detecção de insuficiência arterial circulação de membros inferiores (NEWMAN, 2000). Com o objetivo de evitar tratamentos caros e a progressão para formas mais graves da doença, uma avaliação precoce dos distúrbios vasculares periféricos é fundamental (BOCALLON et al., 1997).

Técnicas de diagnóstico têm melhorado consideravelmente, porém a prevenção e o tratamento dessa doença necessitam de mais investigações (IBRAHIM e GOLDHABER, 1996). Dentro deste contexto, justifica-se a investigação do índice tornozelo/braço de indivíduos diabéticos.
Grandes estudos demonstraram em todo o mundo que o ITB é considerado uma ferramenta não invasiva eficaz no diagnóstico de doença aterosclerótica carotídea, por causa de sua capacidade em detectar variações de fluxo no circuito arterial, ocasionadas por estenoses (moderadas ou graves) no leito vascular. Valores de ITB entre 0,91 a 1,30 são considerados normais, e os acima de 1,30 ou abaixo de 0,91 se constituem em fortes preditores de doença aterosclerótica difusa e demonstram a presença de enrijecimento arterial em virtude da calcificação da camada média e, consequente, rigidez da parede vascular.

Esse método de diagnóstico apresenta sensibilidade de 95% e especificidade de 100% na detecção precoce de afecções cardiovasculares geradoras de comprometimento no fluxo sanguíneo.Geralmente, essa situação ocorre em indivíduos com alto risco cardiovascular; tabagismo, dislipidemia, diabetes mellitus, idade avançada e hipertensão arterial são preditores do desenvolvimento da doença.

Pacientes com valores alterados de ITB deverão ser submetidos a posterior avaliação diagnóstica para doença arterial carotídea e periférica. A relação entre o ITB e a doença aterosclerótica carotídea pode ser explicada pela rigidez arterial, decorrente da idade avançada, tabagismo e formação de placas ateroscleróticas na íntima-média e pela medida da velocidade de onda de pulso carotídea-femoral, que se apresenta aumentada devido à alteração na capacidade de contração e ao relaxamento do vaso arterial. Segundo Fowkes e Makdisse, valores de ITB > 1,30 são plenamente característicos de rigidez aumentada no circuito arterial, gerando complicações funcionais significativas no sistema cardiovascular; dessa forma, o ITB se mostra uma ferramenta importante (baixo custo e fácil aplicabilidade) na investigação do risco cardiovascular.


Fonte:

* Bigaton, D. R.; Guirro, Elaine C. O.; Pascote, S. C. S.; Riva, T. V. Análise do índice tornozelo-braço de mulheres portadoras de diabetes. Rev. Bras. Fisioter., vol.10, n.suplemento2, p.217-217, 2006.

*Giollo Júnior LT, Martin JFV. Índice tornozelo-braquial no diagnóstico da doença aterosclerótica carotídea. Rev Bras Hipertens vol.17(2):117-118, 2010.

Gabriella Noronha Frois

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ÍNDICE TORNOZELO-BRAQUIAL Empty Método de realização do ITB

Mensagem  Admin Sex maio 15, 2015 12:31 pm

Olá, Gabriela.
Acho que o post deixou claro a utilidade do ITB. Entretanto, me preocupo se você aprendeu corretamente a técnica do mesmo. Você conseguiria descrever ou postar novamente especificidades da técnica para a realização do iTB?
Abç,
Rodrigo Pastor

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