Diagnóstico e Tratamento da Psoríase
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MEDICINA UFOP :: 2015-1 :: Ana Luiza
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Diagnóstico e Tratamento da Psoríase
A psoríase é uma doença crônica inflamatória da pele caracterizada por pápulas escamosas, circunscritas e eritematosas, e placas nos cotovelos, joelhos, membros extensores, couro cabeludo e, com menos frequência, nas unhas, orelhas e na região umbilical. Geralmente, a doença permanece por toda a vida, com períodos de exacerbações e remissões. Ela causa prurido, irritação, queimação e ardor em metade dos casos. Embora a classificação geralmente inclua artrite psoriática, somente serão discutidas as manifestações cutâneas neste tópico.
A psoríase é uma disfunção hiperproliferativa que envolve uma complexa cascata de mediadores inflamatórios. A atividade mitótica das células basais e suprabasais é aumentada de forma significativa, com migração celular da camada basal para o estrato córneo em apenas alguns dias. A escama prateada na superfície das lesões psoriasiformes é de fato uma camada de células mortas.
Citocinas, particularmente as pró-inflamatórias, células T, macrófagos e o fator de crescimento endotelial vascular estão fortemente implicados na patogênese. O fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa), em especial, vem sendo utilizado como o alvo de terapias biológicas. Os níveis séricos, sinoviais e nas placas psoriáticas do TNF-alfa se mostram elevados. Os anticorpos monoclonais humanos que bloqueiam receptores TNF-alfa ou inibem a ligação ou ativação de receptores TNF-alfa demonstraram controlar a psoríase de forma significativa.
Critérios de diagnóstico
Índice de intensidade e de área da psoríase (PASI; Psoriasis Area and Severity Index)
Escore composto que classifica a intensidade da psoríase em 4 regiões do corpo de acordo com o eritema, a descamação, a espessura e a área total da pele afetada. A intensidade do eritema, da descamação e da espessura é classificada de 0 a 4, e a extensão do envolvimento da área de superfície corporal em cada região do corpo é classificada categoricamente de 1 a 6. O escore composto final varia de 0 a 72, sendo que o escore mais alto indica psoríase mais grave. Geralmente usada em laboratório. Calculadoras do PASI estão disponíveis online: [PASI Training: PASI score calculator].
Escore de psoríase da National Psoriasis Foundation
Seis subdomínios, com escore entre 0 e 5: induração em 2 locais alvo, área da superfície corporal atual e inicial, avaliação global pelo médico e avaliação do prurido pelo paciente. Geralmente usada em laboratório.
Diagnóstico clínico, deve-se requisitar biópsia de pele apenas em caso de diagnóstico não conclusivo. No entanto, a biópsia nem sempre revelará características patológicas clássicas (pústulas espongiformes intraepidérmicas e microabscesso neutrofílico de Munro no estrato córneo; além dessas características clássicas, outras incluem paraceratose focal e acantose epidérmica com capilares dilatados nas papilas dérmicas).
Em geral, a psoríase começa com 1 ou 2 lesões limitadas aos cotovelos ou ao couro cabeludo. Meses ou anos depois, começa a afetar membros e tronco. A psoríase apresenta evolução flutuante, com surtos e remissão, mas raramente desaparece por completo. Os pacientes podem descrever a pele como altamente sensível, com prurido intenso. Pode ocorrer sangramento se o paciente coçar as lesões. A pele pode estar dolorida, especialmente se houver comprometimento das articulações. Pode ser agravada por fatores ambientais, emocionais ou infecciosos. Deve-se determinar quais terapias, se alguma, foram seguidas pelo paciente, e o quanto elas foram eficazes. A interrupção abrupta de corticoterapia para psoríase ou a adição de medicamento sabidamente irritante pode resultar em piora súbita.
A maioria dos pacientes psoriáticos apresenta história familiar positiva. A psoríase é mais frequente nas populações brancas. Os fumantes apresentam maior risco de psoríase.
Os subtipos de psoríase têm uma apresentação típica:
O objetivo da terapia é obter controle rápido do processo da doença, diminuir o percentual da superfície corporal afetada, reduzir o número de lesões em placas e alcançar e manter a remissão. Geralmente, o médico tem como objetivo a melhora significativa com o mínimo de efeitos adversos. O tratamento depende da intensidade e da área de envolvimento da psoríase. Em geral, terapias tópicas são usadas para tratar a psoríase mais leve e localizada, enquanto a fototerapia, a terapia sistêmica e a terapia biológica são usadas para formas de intensidade moderada a grave da doença. Crianças, gestantes e pessoas imunossuprimidas devem receber cuidados especializados.
Os tratamentos tópicos são a principal forma de terapia na psoríase leve. Os tratamentos tópicos incluem cremes, pomadas e loções. A escolha da formulação depende da área de cobertura (por exemplo, loção para o couro cabeludo, creme para lesões com exsudação úmida e pomada para lesões escamosas, liquenificadas ou ressecadas). Pessoas avessas a opções farmacológicas podem usar emolientes.
As três opções principais de tratamento de psoríase moderada a grave são: (1) fototerapia, (2) terapia sistêmica por via oral, incluindo metotrexato, [C Evidence] acitretina [C Evidence] ou ciclosporina, [C Evidence] e (3) terapia biológica.
Referência: BMJ Best Practice
A psoríase é uma disfunção hiperproliferativa que envolve uma complexa cascata de mediadores inflamatórios. A atividade mitótica das células basais e suprabasais é aumentada de forma significativa, com migração celular da camada basal para o estrato córneo em apenas alguns dias. A escama prateada na superfície das lesões psoriasiformes é de fato uma camada de células mortas.
Citocinas, particularmente as pró-inflamatórias, células T, macrófagos e o fator de crescimento endotelial vascular estão fortemente implicados na patogênese. O fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa), em especial, vem sendo utilizado como o alvo de terapias biológicas. Os níveis séricos, sinoviais e nas placas psoriáticas do TNF-alfa se mostram elevados. Os anticorpos monoclonais humanos que bloqueiam receptores TNF-alfa ou inibem a ligação ou ativação de receptores TNF-alfa demonstraram controlar a psoríase de forma significativa.
Critérios de diagnóstico
Índice de intensidade e de área da psoríase (PASI; Psoriasis Area and Severity Index)
Escore composto que classifica a intensidade da psoríase em 4 regiões do corpo de acordo com o eritema, a descamação, a espessura e a área total da pele afetada. A intensidade do eritema, da descamação e da espessura é classificada de 0 a 4, e a extensão do envolvimento da área de superfície corporal em cada região do corpo é classificada categoricamente de 1 a 6. O escore composto final varia de 0 a 72, sendo que o escore mais alto indica psoríase mais grave. Geralmente usada em laboratório. Calculadoras do PASI estão disponíveis online: [PASI Training: PASI score calculator].
Escore de psoríase da National Psoriasis Foundation
Seis subdomínios, com escore entre 0 e 5: induração em 2 locais alvo, área da superfície corporal atual e inicial, avaliação global pelo médico e avaliação do prurido pelo paciente. Geralmente usada em laboratório.
Diagnóstico clínico, deve-se requisitar biópsia de pele apenas em caso de diagnóstico não conclusivo. No entanto, a biópsia nem sempre revelará características patológicas clássicas (pústulas espongiformes intraepidérmicas e microabscesso neutrofílico de Munro no estrato córneo; além dessas características clássicas, outras incluem paraceratose focal e acantose epidérmica com capilares dilatados nas papilas dérmicas).
Em geral, a psoríase começa com 1 ou 2 lesões limitadas aos cotovelos ou ao couro cabeludo. Meses ou anos depois, começa a afetar membros e tronco. A psoríase apresenta evolução flutuante, com surtos e remissão, mas raramente desaparece por completo. Os pacientes podem descrever a pele como altamente sensível, com prurido intenso. Pode ocorrer sangramento se o paciente coçar as lesões. A pele pode estar dolorida, especialmente se houver comprometimento das articulações. Pode ser agravada por fatores ambientais, emocionais ou infecciosos. Deve-se determinar quais terapias, se alguma, foram seguidas pelo paciente, e o quanto elas foram eficazes. A interrupção abrupta de corticoterapia para psoríase ou a adição de medicamento sabidamente irritante pode resultar em piora súbita.
A maioria dos pacientes psoriáticos apresenta história familiar positiva. A psoríase é mais frequente nas populações brancas. Os fumantes apresentam maior risco de psoríase.
Os subtipos de psoríase têm uma apresentação típica:
- Psoríase em placas: Lesões inflamadas elevadas em placas com uma descamação superficial de coloração branco-prateada. As escamas podem ser raspadas revelando a pele inflamada e às vezes friável.
Psoríase gutata: Pápulas eritematosas com fina descamação (aparência de gota d’água) muito disseminadas no tronco, braços e pernas. Geralmente, as lesões eclodem após uma infecção no trato respiratório superior.
Psoríase pustular: Psoríase pustular generalizada aguda (do tipo von Zumbusch): rara, grave, urgente.
Pustulose palmoplantar: comprometimento crônico de mãos e pés.
Eritroderma (psoríase eritrodérmica): Eritema generalizado com fina descamação. Geralmente acompanhado de dor, irritação e, às vezes, prurido intenso.
O objetivo da terapia é obter controle rápido do processo da doença, diminuir o percentual da superfície corporal afetada, reduzir o número de lesões em placas e alcançar e manter a remissão. Geralmente, o médico tem como objetivo a melhora significativa com o mínimo de efeitos adversos. O tratamento depende da intensidade e da área de envolvimento da psoríase. Em geral, terapias tópicas são usadas para tratar a psoríase mais leve e localizada, enquanto a fototerapia, a terapia sistêmica e a terapia biológica são usadas para formas de intensidade moderada a grave da doença. Crianças, gestantes e pessoas imunossuprimidas devem receber cuidados especializados.
Os tratamentos tópicos são a principal forma de terapia na psoríase leve. Os tratamentos tópicos incluem cremes, pomadas e loções. A escolha da formulação depende da área de cobertura (por exemplo, loção para o couro cabeludo, creme para lesões com exsudação úmida e pomada para lesões escamosas, liquenificadas ou ressecadas). Pessoas avessas a opções farmacológicas podem usar emolientes.
As três opções principais de tratamento de psoríase moderada a grave são: (1) fototerapia, (2) terapia sistêmica por via oral, incluindo metotrexato, [C Evidence] acitretina [C Evidence] ou ciclosporina, [C Evidence] e (3) terapia biológica.
Referência: BMJ Best Practice
Ana Luiza M. Reggiani- Mensagens : 9
Data de inscrição : 14/03/2015
tratamento
Prezada Ana, talvez seja proveitoso para você explorar um pouco mais sobre o tratamento tópico, haja vista que ele pode ser utilizado por profissionais médicos da APS. eu sugiro que você se familiarize um pouco mais com corticóides tópicos (quais e quais doses) e com o adapaleno e outros análogos da vit. A.
Abç
Pastor
Abç
Pastor
Não seriam análogos de vit. D?
pacientes com envolvimento limitado de psoríase, os médicos podem começar com corticosteroides tópicos. Os corticosteroides tópicos isoladamente não costumam ser recomendados para psoríase crônica extensa, pois são inadequados para tratar a doença e estão associados a possíveis efeitos colaterais sistêmicos e locais.
Os corticosteroides tópicos combinados com análogos da vitamina D são recomendados. A combinação é mais eficaz que um agente isolado e pode reduzir os efeitos colaterais potenciais do uso extenso de corticosteroides tópicos.
A potência do corticosteroide tópico usado depende da extensão da doença e da capacidade de resposta do paciente à medicação. Os tratamentos de baixa potência (por exemplo, hidrocortisona) são adequados às lesões na face ou nas áreas intertriginosas. Os corticosteroides de média potência, incluindo a triancinolona e a fluocinonida, podem ser usados como terapia de manutenção em áreas tronculares. Os corticosteroides de alta potência, incluindo o clobetasol, o halobetasol e o dipropionato de betametasona, são usados nas áreas tronculares durante surtos da doença.
hidrocortisona tópica: (2.5%) aplicar com moderação na(s) área(s) afetada(s) duas vezes ao dia
or
triancinolona tópica: (0.025 ou 0.1%) aplicar com moderação duas vezes ao dia na(s) área(s) afetada(s)
or
fluocinonida tópica: (0.05%) aplicar com moderação na(s) área(s) afetada(s) duas vezes ao dia
or
clobetasol tópico: (0.05%) aplicar com moderação na(s) área(s) afetada(s) duas vezes ao dia por um máximo de 2 semanas, máximo de 50 g/semana
or
halobetasol tópico: (0.05%) aplicar com moderação na(s) área(s) afetada(s) duas vezes ao dia por um máximo de 2 semanas, máximo de 50 g/semana
or
desoximetasona tópica: (0.05%) aplicar com moderação na(s) área(s) afetada(s) duas vezes ao dia
or
dipropionato de betametasona tópico: (0.05%) aplicar com moderação na(s) área(s) afetada(s) duas vezes ao dia
or
valerato de betametasona tópico: (0.12%) aplicar com moderação no couro cabeludo duas vezes ao dia
-- AND/OR --
calcipotriol tópico: (0.005%) aplicar na(s) área(s) afetada(s) duas vezes ao dia, máximo de 100 g/semana
Os corticosteroides tópicos combinados com análogos da vitamina D são recomendados. A combinação é mais eficaz que um agente isolado e pode reduzir os efeitos colaterais potenciais do uso extenso de corticosteroides tópicos.
A potência do corticosteroide tópico usado depende da extensão da doença e da capacidade de resposta do paciente à medicação. Os tratamentos de baixa potência (por exemplo, hidrocortisona) são adequados às lesões na face ou nas áreas intertriginosas. Os corticosteroides de média potência, incluindo a triancinolona e a fluocinonida, podem ser usados como terapia de manutenção em áreas tronculares. Os corticosteroides de alta potência, incluindo o clobetasol, o halobetasol e o dipropionato de betametasona, são usados nas áreas tronculares durante surtos da doença.
hidrocortisona tópica: (2.5%) aplicar com moderação na(s) área(s) afetada(s) duas vezes ao dia
or
triancinolona tópica: (0.025 ou 0.1%) aplicar com moderação duas vezes ao dia na(s) área(s) afetada(s)
or
fluocinonida tópica: (0.05%) aplicar com moderação na(s) área(s) afetada(s) duas vezes ao dia
or
clobetasol tópico: (0.05%) aplicar com moderação na(s) área(s) afetada(s) duas vezes ao dia por um máximo de 2 semanas, máximo de 50 g/semana
or
halobetasol tópico: (0.05%) aplicar com moderação na(s) área(s) afetada(s) duas vezes ao dia por um máximo de 2 semanas, máximo de 50 g/semana
or
desoximetasona tópica: (0.05%) aplicar com moderação na(s) área(s) afetada(s) duas vezes ao dia
or
dipropionato de betametasona tópico: (0.05%) aplicar com moderação na(s) área(s) afetada(s) duas vezes ao dia
or
valerato de betametasona tópico: (0.12%) aplicar com moderação no couro cabeludo duas vezes ao dia
-- AND/OR --
calcipotriol tópico: (0.005%) aplicar na(s) área(s) afetada(s) duas vezes ao dia, máximo de 100 g/semana
Ana Luiza M. Reggiani- Mensagens : 9
Data de inscrição : 14/03/2015
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