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Critérios Diagnósticos de Fibromialgia e diagnósticos diferenciais.

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Mensagem  Taylla Mendes Silva Sex Out 24, 2014 10:10 pm

Principais fatores de diagnóstico:
 dor crônica (comum)
 hipersensibilidade difusa ao exame físico (comum)
Outros fatores de diagnóstico:
 fadiga não aliviada pelo repouso (comum)
 perturbação do sono (comum)
 distúrbio do humor (comum)
 disfunção cognitiva (comum)
 cefaleias (comum)
 dormência/sensação de formigamento (comum)
 rigidez (comum)
 retenção de líquido (comum)
 sensibilidade aos estímulos sensoriais, como luzes brilhantes, odores, ruídos (comum)

Diagnóstico Clínico:
De acordo com os critérios do American College of Radiology (ACR), um diagnóstico de fibromialgia exige a presença de dor disseminada pelo corpo por pelo menos 3 meses. Dor disseminada pelo corpo é definida como dor axial associada a dor no segmento superior e inferior e do lado esquerdo e direito. A dor pode ser mialgia, artralgia, ou ambas. A dor da fibromialgia é frequentemente descrita usando descritores "neuropáticos", como persistente, lancinante ou acompanhada de dormência ou formigamento. Enquanto outras afecções, como a síndrome do intestino irritável, cefaleias, distúrbios de humor e cistite intersticial encontram-se com maior frequência em pacientes com fibromialgia, a presença dessas afecções não é necessária para o diagnóstico. Sintomas adicionais normalmente incluem fadiga, distúrbios do sono, problemas de memória e rigidez.
Os critérios para a fibromialgia, conforme estabelecido pelo ACR em 1990, os pacientes devem ter excesso de sensibilidade à palpação em pelo menos 11 dos 18 pontos sensíveis definidos.
Critérios que não requerem a contagem dos pontos sensíveis foram estabelecidos. Esses critérios consistem em somar o número de locais de dor no corpo, bem como a presença e a gravidade dos sintomas frequentes de comorbidade, como fadiga, problemas de memória e perturbações do sono.
O diagnóstico de fibromialgia é estritamente clínico. No entanto, se o paciente não cumprir os critérios clínicos para o diagnóstico de fibromialgia, então alguns outros testes, incluindo os níveis de vitamina D, hemograma completo, testes da função tireoidiana (TFTs), velocidade de hemossedimentação (VHS) e proteína C-reativa, devem ser realizados para avaliar outras causas destes sintomas. Fator reumatoide (FR), anticorpo antipeptídeo citrulinado cíclico (anticorpo anti-CCP) e fator antinuclear (FAN) podem ser obtidos se os pacientes tiverem uma história sugestiva de um distúrbio inflamatório. No entanto, eles não são recomendados como teste de rotina para fibromialgia, pois têm muitos resultados falso-positivos. Além disso, deve-se notar que todos estes testes, mesmo que o resultado seja positivo, não descartam a fibromialgia se o doente satisfizer os critérios clínicos de fibromialgia.

Diagnóstico Diferencial

Síndrome dolorosa miofascial (SDM)
 A mialgia é localizada, normalmente em um membro e na musculatura do tronco associada.
 Em contraste com os pontos sensíveis da fibromialgia, pontos de gatilho são característicos do SDM, com pressão sobre estas áreas não apenas relatadas como sensíveis, mas provocando a radiação e a reprodução da dor.
 Alguns especialistas consideram SDM como uma forma localizada da fibromialgia.
 Os pacientes com SDM localizada não têm evidência de sensibilização central disseminada.
Deficiência de vitamina D
 Baixos níveis de vitamina D estão associados com dor disseminada pelo corpo; no entanto, isso pode não ser causal, mas pode ser devido à baixa atividade ao ar livre e exposição solar em pessoas com dor crônica.
 O nível sérico de 25-hidroxivitamina D é baixo.
Síndrome da fadiga crônica (SFC)
 Há uma considerável sobreposição entre fibromialgia e SFC, com a maioria dos pacientes com fibromialgia satisfazendo os critérios para SFC, e a maioria dos pacientes com SFC relatando dor disseminada pelo corpo.
 Sem testes de diferenciação.
Artrite reumatoide (AR)
 Assim como acontece com outras afecções reumatológicas, a fibromialgia pode coexistir com a AR, tornando o diagnóstico desafiador.
 Os pacientes com AR terão não apenas dor disseminada pelo corpo e artralgias, mas também devem apresentar sinais de sinovite ativa ao exame físico.
 Se um paciente com AR também tem pontos positivos de sensibilidade, a fibromialgia é provável. Se o paciente é tratado para AR com subsequente resolução de sinovite e marcadores de inflamação, mas o paciente ainda tem dor disseminada e fadiga, a causa mais provável é a fibromialgia.
 Fator reumatoide (FR) ou anticorpo antipeptídeo citrulinado cíclico (CCP) é geralmente positivo.
 Marcadores de inflamação sistêmica (velocidade de hemossedimentação [VHS], proteína C-reativa) estão tipicamente elevados.
Lúpus eritematoso sistêmico (LES)
 LES e fibromialgia podem coexistir.
 Devem ser cumpridos critérios rigorosos para o diagnóstico de LES, um teste de fator antinuclear (FAN) positivo isolado não é suficiente para estabelecer o diagnóstico de LES em um paciente com dor disseminada, uma vez que o teste FAN é positivo em até 10% da população geral.
Osteoartrite
 Edema e inflamação nas articulações são comuns na osteoartrite, mas não na fibromialgia a menos que seja diagnóstico concomitante.
 As imagens de raios-X são características: estenose do espaço articular, esclerose subcondral, osteófitos, cistos subcondrais.
Espondilite anquilosante
 Os pacientes apresentam limitação do movimento da coluna vertebral; o movimento da coluna na fibromialgia é geralmente mantido.
 Os elementos de raios-X são característicos: erosões e osteíte na tuberosidade isquiática, crista ilíaca, sínfise púbica e trocânter femoral.
Polimialgia reumática (PMR)
 Os pacientes são normalmente mais velhos (>55 anos de idade) na apresentação que aqueles com fibromialgia.
 PMR está associada não apenas à dor no quadril e cintura escapular, mas também à fraqueza e rigidez significativas, em contraste com a fibromialgia, em que a fraqueza, se presente, geralmente é apenas de grau leve devido à falta de condicionamento físico.
 PMR normalmente responde muito bem aos corticosteroides, enquanto os pacientes com fibromialgia não melhoram com tratamento com corticosteroides.
 VHS, proteína C-reativa ou outros marcadores de inflamação são geralmente elevados.
Hipotireoidismo
 Pacientes com hipotireoidismo podem ter fadiga muscular e dores proeminentes que melhoram com a reposição do hormônio tireoidiano.
 Um exame de hormônio estimulante da tireoide (TSH) de rotina é recomendado para pacientes com suspeita de fibromialgia. Fibromialgia e hipotireoidismo podem coexistir.
 TSH é elevado e T4 livre é baixo.
Miosite (dermatomiosite e outras miopatias inflamatórias)
 Fraqueza e fadiga muscular estão presentes (e mais comum que dor) em pacientes com afecção inflamatória muscular primária.
 Os níveis de creatina quinase (CK) ou aldolase são elevados.
Doença hepática crônica
 Os pacientes com doenças hepáticas, notadamente a hepatite C, frequentemente têm mialgias.
 Testes da função hepática elevados, presença de anticorpos da hepatite C.
Anemia ferropriva
 Os pacientes com mialgias e deficiência de ferro muitas vezes relatam melhora dos sintomas com reposição de ferro.
 Baixos níveis de ferro sérico, baixa saturação de transferrina.
Referência:
Fibromialgia.BMJ Best Practice.Última atualização: Ago 28, 2014

Taylla Mendes Silva

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Data de inscrição : 19/09/2014

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