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Diagnóstico diferencial da síndrome das pernas inquietas

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Mensagem  Rodrigo Vilela Ventura Sáb Jun 20, 2015 2:14 pm

A síndrome das pernas inquietas (SPI) é uma necessidade de movimentar as pernas acompanhada por sintomas de disestesias, como sensações de rastejamento, engatinhamento, formigamento, cãibras, ou dores nos membros, principalmente nos membros inferiores. As disestesias ocorrem mais frequentemente em repouso à noite e melhoram temporariamente com o movimento. Isso pode causar insônia, com dificuldade de iniciação e manutenção do sono, resultando em sonolência diurna excessiva. Em casos de insônia, a SPI deve ser sempre cogitada.

O diagnóstico pode ser feito clinicamente caso sejam constatadas as DISESTESIAS ALIVIADAS COM O MOVIMENTO, predominantemente em membros inferiores e à noite ou no fim do dia. Alguns fatores de risco corroboram com o diagnóstico, como afecções relacionadas à deficiência de ferro, gestação, HF+ e uso de medicamentos (antidepressivos, anti-histamínicos e metoclopramida), assim como o consumo de bebidas alcoólicas e cafeína. Existe uma lista de critérios (do International Restless Legs Syndrome Study Group), que pode ser utilizada no diagnóstico, e a escala de Johns-Hopkins, que classifica sua gravidade. O tratamento da SPI é complexo, podendo ser farmacológico ou de estilo de vida/atividades, e depende da gravidade das manifestações.

Outras afecções podem se manifestar com movimentação anormal das pernas. O Transtorno do Movimento Periódico dos Membros (TMPM) é diferente da SPI pois não há o desejo de movimentar os membros para obter alívio de disestesias, que podem estar ausentes. A polissonografia e a eletroneuromigrafia mostram alterações características, diferentemente a SPI, que resultam na normalidade destes exames.

A acatisia é uma necessidade de se movimentar frequentemente surgida pelo desconforto ou inquietude mental ou central, não de sensações desconfortáveis nos membros. Além disso, seus sintomas não tendem a seguir um ritmo circadiano. Surge geralmente em decorrência do uso de antipsicóticos de primeira geração, como clorpromazina e haloperidol.

As duas afecções acima falam sobre os diferenciais da movimentação dos membros, já as duas apresentadas a seguir tratam sobre os diferenciais das disestesias:

Neuropatia periférica tem outros sintomas que não são geralmente associados à SPI, como dormência, parestesia, disestesias e prejuízos de equilíbrio ou marcha. A eletroneuromigografia e os estudos da condução nervosa geralmente são normais na SPI.

As cãibras noturnas nas pernas são associadas ao endurecimento muscular, que geralmente não está presente na SPI.

Fonte: BMJ (http://brasil.bestpractice.bmj.com/best-practice/monograph/65/highlights/overview.html) acessado em 20/6/15

Rodrigo Vilela Ventura

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