Causas de vertigem e ação da cinarizina
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Causas de vertigem e ação da cinarizina
ARTIGO:
BertolI.E; Rodríguez.C2. DA TONTURA À VERTIGEM: UMA PROPOSTA PARA O MANEJO DO PACIENTE VERTIGINOSO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA. Rev. APS, v. 11, n. 1, p. 62-73, jan./mar. 2008
A vertigem é a ilusão de girar em torno do ambiente ou vice-versa. É comum e geralmente avaliada pelo médico da atenção primária (MAP).
A Vertigem periférica pode estar associada à tinnitus, hipoacusia, vertigem intensa, prostração,sudorese e palidez. O nistagmo é esgotável, horizontal, rotatório ou misto e desaparece ao fixar o olhar. (Paciente não tinha nistagmo.)
A Vertigem Central caracteriza- se pela latência e tolerabilidade da vertigem e não está acompanhada de hipoacusia ou tinnitus. Pode associar-se à ataxia, disartria, diplopia, alterações sensitivas, motoras ou de pares cranianos. O nistagmo é inesgotável, de direção diferente em cada olho e abalos em qualquer direção que não a horizontal.
(Paciente não tinha nistagmo.)
Labirintite :pressupõe um componente inflamatório no aparelho vestibular e compreende: labirintite bacteriana, expressada por sinais flogísticos na orelha média, sinais toxêmicos e comprometimento do estado geral; e labirintite viral (falência vestibular súbita ou neuronite vestibular) em que prevalece uma infecção viral do nervo vestibular levando a um quadro vertiginoso auto-limitado. (Paciente tinha tido otalgia dias antes de começar a vertigem.)
Avaliação clínica do paciente com tontura:
A vertigem é provocada por disfunção do aparelho vestibular e se manifesta como uma ilusão de movimento, geralmente do tipo rotatório, podendo ser acompanhada
de outros sintomas, como náuseas, vômitos, tinnitus e hipoacusia. É diferenciada dos demais tipos de tontura perguntando-se ao paciente se ele tem a sensação de que os
objetos ou o ambiente estão girando ao seu redor (vertigem objetiva), ou se tem a sensação de a cabeça estar girando(vertigem subjetiva) .Também é útil perguntar ao paciente se ocorre lateralização da marcha, e para que lado.
(Paciente revelava que o ambiente girava ao redor dela)
O sinal de Romberg será positivo nas lesões das vias vestibulares, e consiste no desvio do corpo e queda do paciente quando na posição ereta, na qual lhe solicitamos que feche os olhos . Deve-se lembrar que o Romberg positivo não ocorre apenas nas vestibulopatias, mas também nas lesões dos cordões posteriores da medula como na tabes dorsalis e na degeneração combinada subaguda, além da polineuropatia periférica .
No manejo da vertigem, procura-se na otoscopia comprometimento local do conduto auditivo e membrana timpânica, como a presença de cerúmen impactado, corpos estranhos, colesteatoma, abaulamento ou perfuração da membrana timpânica, entre outras, e a presença ou não de hipoacusia através da prova de Weber e de Rinne .
Causas Periféricas
Vertigem Posicional Paroxística Benigna: Crises breves, com menos de 1 minuto de duração, não associadas a sintomas auditivos, resolve espontaneamente em semanas ou meses.
Doença de Ménière :Ataques recorrentes de vertigem intensa, hipoacusia flutuante e tinnitus, podendo durar várias horas, associada à deterioração progressiva da audição.
Vertigem Medicamentosa :Provocada por exposição a agentes químicos e fármacos específicos, costuma resolver com a retirada do agente.
Labirintite Bacteriana Infecção prévia em ouvido médio, meninges ou mastóide, levando a vertigem,náuseas, vômitos, hipoacusia e sinais toxêmicos.
Falência Vestibular Súbita Vertigem súbita e persistente, prostração intensa, náuseas e vômitos, mais comum como episódio único. Não costuma estar associada a sintomas auditivos,melhora em dias ou semanas.
Vertigem por Trauma Craniano Vertigem secundária a concussão labiríntica, melhora espontânea em semanas ou meses.
Neurinoma do Acústico/ Início com hipoacusia e/ou tinnitus unilateral, progredindo com vertigem
Tumor de Ângulo Pontocerebelar nistagmo, hipoestesia da hemiface, diminuição do reflexo corneano, paralisia facial
homolaterais e ataxia ipsilateral dos membros.
Causas Centrais
Enxaqueca Basilar :Aura caracterizada por vertigem, disartria, zumbido, perda flutuante da audição,
diplopia, fraqueza bilateral e parestesias bilaterais.
Isquemia Vertebrobasilar Episódios transitórios de vertigem e nistagmo, diplopia, disartria, disfagia,parestesia e déficits motores.
Acidente Vascular de Cerebelo ou Tronco :Vertigem associada a outros sintomas de déficit neurológico.
Neoplasias :Vertigem associada a sintomas como cefaléia, diminuição da acuidade visual e
vômitos em jato.
Esclerose Múltipla :Associação com manifestações multifocais, como debilidade ou paralisia motora,alterações sensitivas, visuais e cerebelares.
Crises Epilépticas Vestibulares:Crises breves e recorrentes de vertigem
TRATAMENTO
O tratamento está embasado no tratamento etiológico,reabilitação vestibular e tratamento sintomático com antivertiginosos.
Medicamentoso:
Entre os bloqueadores de canal de cálcio, pode-se utilizar a flunarizina na dose de 5 a 10 mg à noite, a cinarizina na dose de 12,5 mg a 25 mg três vezes ao dia ou comprimidos de cinarizina de 75 mg como dose única à noite.
Em um artigo recente, Ganança et al. (2007) concluem que o uso dos bloqueadores de canal de cálcio na doença de Ménière e algumas vestibulopatias periféricas é mais eficaz do que o não uso da medicação.Evitar o uso indiscriminado e, quando indicado,usá-lo pelo menor período possível, especialmente em pacientes idosos, pelo risco de indução de parkinsonismo.
BertolI.E; Rodríguez.C2. DA TONTURA À VERTIGEM: UMA PROPOSTA PARA O MANEJO DO PACIENTE VERTIGINOSO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA. Rev. APS, v. 11, n. 1, p. 62-73, jan./mar. 2008
A vertigem é a ilusão de girar em torno do ambiente ou vice-versa. É comum e geralmente avaliada pelo médico da atenção primária (MAP).
A Vertigem periférica pode estar associada à tinnitus, hipoacusia, vertigem intensa, prostração,sudorese e palidez. O nistagmo é esgotável, horizontal, rotatório ou misto e desaparece ao fixar o olhar. (Paciente não tinha nistagmo.)
A Vertigem Central caracteriza- se pela latência e tolerabilidade da vertigem e não está acompanhada de hipoacusia ou tinnitus. Pode associar-se à ataxia, disartria, diplopia, alterações sensitivas, motoras ou de pares cranianos. O nistagmo é inesgotável, de direção diferente em cada olho e abalos em qualquer direção que não a horizontal.
(Paciente não tinha nistagmo.)
Labirintite :pressupõe um componente inflamatório no aparelho vestibular e compreende: labirintite bacteriana, expressada por sinais flogísticos na orelha média, sinais toxêmicos e comprometimento do estado geral; e labirintite viral (falência vestibular súbita ou neuronite vestibular) em que prevalece uma infecção viral do nervo vestibular levando a um quadro vertiginoso auto-limitado. (Paciente tinha tido otalgia dias antes de começar a vertigem.)
Avaliação clínica do paciente com tontura:
A vertigem é provocada por disfunção do aparelho vestibular e se manifesta como uma ilusão de movimento, geralmente do tipo rotatório, podendo ser acompanhada
de outros sintomas, como náuseas, vômitos, tinnitus e hipoacusia. É diferenciada dos demais tipos de tontura perguntando-se ao paciente se ele tem a sensação de que os
objetos ou o ambiente estão girando ao seu redor (vertigem objetiva), ou se tem a sensação de a cabeça estar girando(vertigem subjetiva) .Também é útil perguntar ao paciente se ocorre lateralização da marcha, e para que lado.
(Paciente revelava que o ambiente girava ao redor dela)
O sinal de Romberg será positivo nas lesões das vias vestibulares, e consiste no desvio do corpo e queda do paciente quando na posição ereta, na qual lhe solicitamos que feche os olhos . Deve-se lembrar que o Romberg positivo não ocorre apenas nas vestibulopatias, mas também nas lesões dos cordões posteriores da medula como na tabes dorsalis e na degeneração combinada subaguda, além da polineuropatia periférica .
No manejo da vertigem, procura-se na otoscopia comprometimento local do conduto auditivo e membrana timpânica, como a presença de cerúmen impactado, corpos estranhos, colesteatoma, abaulamento ou perfuração da membrana timpânica, entre outras, e a presença ou não de hipoacusia através da prova de Weber e de Rinne .
Causas Periféricas
Vertigem Posicional Paroxística Benigna: Crises breves, com menos de 1 minuto de duração, não associadas a sintomas auditivos, resolve espontaneamente em semanas ou meses.
Doença de Ménière :Ataques recorrentes de vertigem intensa, hipoacusia flutuante e tinnitus, podendo durar várias horas, associada à deterioração progressiva da audição.
Vertigem Medicamentosa :Provocada por exposição a agentes químicos e fármacos específicos, costuma resolver com a retirada do agente.
Labirintite Bacteriana Infecção prévia em ouvido médio, meninges ou mastóide, levando a vertigem,náuseas, vômitos, hipoacusia e sinais toxêmicos.
Falência Vestibular Súbita Vertigem súbita e persistente, prostração intensa, náuseas e vômitos, mais comum como episódio único. Não costuma estar associada a sintomas auditivos,melhora em dias ou semanas.
Vertigem por Trauma Craniano Vertigem secundária a concussão labiríntica, melhora espontânea em semanas ou meses.
Neurinoma do Acústico/ Início com hipoacusia e/ou tinnitus unilateral, progredindo com vertigem
Tumor de Ângulo Pontocerebelar nistagmo, hipoestesia da hemiface, diminuição do reflexo corneano, paralisia facial
homolaterais e ataxia ipsilateral dos membros.
Causas Centrais
Enxaqueca Basilar :Aura caracterizada por vertigem, disartria, zumbido, perda flutuante da audição,
diplopia, fraqueza bilateral e parestesias bilaterais.
Isquemia Vertebrobasilar Episódios transitórios de vertigem e nistagmo, diplopia, disartria, disfagia,parestesia e déficits motores.
Acidente Vascular de Cerebelo ou Tronco :Vertigem associada a outros sintomas de déficit neurológico.
Neoplasias :Vertigem associada a sintomas como cefaléia, diminuição da acuidade visual e
vômitos em jato.
Esclerose Múltipla :Associação com manifestações multifocais, como debilidade ou paralisia motora,alterações sensitivas, visuais e cerebelares.
Crises Epilépticas Vestibulares:Crises breves e recorrentes de vertigem
TRATAMENTO
O tratamento está embasado no tratamento etiológico,reabilitação vestibular e tratamento sintomático com antivertiginosos.
Medicamentoso:
Entre os bloqueadores de canal de cálcio, pode-se utilizar a flunarizina na dose de 5 a 10 mg à noite, a cinarizina na dose de 12,5 mg a 25 mg três vezes ao dia ou comprimidos de cinarizina de 75 mg como dose única à noite.
Em um artigo recente, Ganança et al. (2007) concluem que o uso dos bloqueadores de canal de cálcio na doença de Ménière e algumas vestibulopatias periféricas é mais eficaz do que o não uso da medicação.Evitar o uso indiscriminado e, quando indicado,usá-lo pelo menor período possível, especialmente em pacientes idosos, pelo risco de indução de parkinsonismo.
Lívia Isabela de Oliveira- Mensagens : 6
Data de inscrição : 18/09/2013
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