Tratamento da ICC diastólica
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Tratamento da ICC diastólica
A insuficiência cardíaca diastólica (ICD) se refere à síndrome clínica de insuficiência cardíaca com sintomas de congestão pulmonar e periférica (dispneia, ortopneia, dispneia paroxística noturna e edema) na presença de fração de ejeção do ventrículo esquerdo (VE) normal e na ausência de alterações valvares significativas (por exemplo, estenose aórtica, regurgitação mitral). Geralmente há comprometimento do relaxamento ventricular isovolumétrico e complacência diminuída do VE, causando um aumento na pressão de enchimento do VE. Com frequência, a ICD recebe a denominação de "insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada" ou ICFEP; ela diferencia-se da insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFER).
As causas mais comuns de insuficiência cardíaca diastólica (ICD) são hipertensão, doença arterial coronariana e diabetes mellitus. Menos comumente, a cardiomiopatia (hipertrófica, infiltrante, genética, pós-parto, viral, induzida por radiação ou por quimioterapia) é a causa imediata.
Os fatores precipitantes comuns de exacerbação da insuficiência cardíaca incluem:
-Sobrecarga de volume (por exemplo, na valvopatia cardíaca)
-Taquicardia
-Hipertensão descontrolada
-Isquemia
-Arritmia (por exemplo, fibrilação atrial)
-Estressores sistêmicos (por exemplo, anemia, febre, infecção, tireotoxicose)
-Uso de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs).
Tratamento
-Em grupos de pacientes com insuficiência cardíaca diastólica (ICD) aguda descompensada:
Diuréticos:
Demonstrou-se que os diuréticos de alça (por exemplo, furosemida, bumetanida, torasemida) reduzem a pré-carga, diminuindo assim o enchimento ventricular e melhorando a congestão vascular pulmonar através da diminuição da pressão de enchimento. Os diuréticos têm o potencial para diminuir o débito cardíaco e causar a hipotensão. No entanto, isso é compensado por uma diminuição na pressão diastólica do ventrículo direito (VD) causando uma diminuição da carga no septo interventricular e subsequente melhora na distensibilidade do ventrículo esquerdo (VE).
Os diuréticos devem ser usados com cautela, pois uma queda súbita no enchimento do VE pode resultar em débito cardíaco reduzido e hipotensão, e os pacientes com ICD podem ser mais propensos a esses efeitos adversos por causa da relação volume-pressão mais acentuada.
Os diuréticos (que não os de alça, como a metolazona) poderão ser usados em associação com diuréticos de alça quando estes últimos não forem suficientes para conseguir a diurese desejada.
As doses devem ser baixas no início e aumentadas gradualmente de acordo com a resposta.
Como opções primárias temos:
-furosemida: 20-40 mg por via intravenosa/intramuscular a cada 1-2 horas inicialmente, aumentar em incrementos de 20 mg/dose a cada 2 horas de acordo com a resposta; 20-80 mg por via oral inicialmente, aumentar em incrementos de 20-40 mg a cada 6-8 horas de acordo com a resposta, máximo de 600 mg/dia
-bumetanida: 0.5 a 1 mg por via intravenosa/intramuscular a cada 2-3 horas, máximo de 10 mg/dia; 0.5 a 2 mg por via oral uma ou duas vezes ao dia inicialmente, aumentar de acordo com a resposta, máximo de 10 mg/dia
-torasemida: 10-20 mg por via oral/intravenosa uma vez ao dia inicialmente, aumentar de acordo com a resposta, máximo de 200 mg/dia (oral) ou 200 mg/dose (intravenosa)
Oxigênio:
Oxigênio suplementar deve ser fornecido (por meio de cânula nasal, máscara facial ou ventilação mecânica) a todos os pacientes que se apresentam com sinais e sintomas de insuficiência cardíaca para atingir a saturação de oxigênio de >90%.
Inibidor da enzima conversora da angiotensina (ECA) ou bloqueador dos receptores de angiotensina II:
Os inibidores da ECA:
Incluem captopril, enalapril e perindopril.Os bloqueadores dos receptores da angiotensina II incluem irbesartana, losartana e candesartana. A terapia combinada não é recomendada devido ao risco de hipercalemia.
É extremamente importante que as doses sejam baixas no início e aumentadas gradualmente de acordo com a resposta, levando-se a função renal em consideração.
Como opções primárias temos:
-captopril: 6.25 a 50 mg por via oral três vezes ao dia
-enalapril: 2.5 a 20 mg por via oral uma ou duas vezes ao dia
-perindopril: 2-16 mg por via oral uma vez ao dia
-irbesartana: 150-300 mg por via oral uma vez ao dia
-losartana: 25-100 mg por via oral uma vez ao dia
-candesartana: 4-32 mg por via oral uma vez ao dia
- Em pacientes com insuficiência cardíaca diastólica (ICD) crônica:
Manejo de fatores de risco:
O manejo dos fatores de risco, como o controle da PA em pacientes hipertensos, a perda de peso em pacientes obesos, tratamento da dislipidemia de acordo com as diretrizes atuais e a otimização do controle glicêmico em pacientes com diabetes mellitus (DM), é fundamental no tratamento da ICD crônica.
Diuréticos:
Nos pacientes com sinais persistentes de sobrecarga hídrica, pode ser necessário o uso de diuréticos.As doses devem ser baixas no início e aumentadas gradualmente de acordo com a resposta.
Como Opções primárias temos:
-furosemida: 20-80 mg por via oral uma ou duas vezes ao dia inicialmente, aumentar de acordo com a resposta, máximo de 600 mg/dia
-bumetanida: 0.5 a 2 mg por via oral uma ou duas vezes ao dia inicialmente, aumentar de acordo com a resposta, máximo de 10 mg/dia
-torasemida: 10-20 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar de acordo com a resposta, máximo de 200 mg/dia
Em caso de hipertensão associada:
Inibidores da ECA ou bloqueadores do receptor de angiotensina (BRAs) II são considerados um importante elemento do tratamento de ICD em pacientes com hipertensão coexistente.Não há evidências que favoreçam o uso de um sobre o outro. A terapia combinada não é recomendada devido ao risco de hipercalemia. As doses devem ser baixas no início e aumentadas gradualmente de acordo com a resposta.
Como Opções primárias, temos:
-captopril: 6.25 a 50 mg por via oral três vezes ao dia
-enalapril: 2.5 a 20 mg por via oral uma ou duas vezes ao dia
-quinapril: 5-20 mg por via oral duas vezes ao dia
-candesartana: 4-32 mg por via oral uma vez ao dia
-losartana: 25-100 mg por via oral uma vez ao dia
-telmisartana: 20-80 mg por via oral uma vez ao dia
-valsartana: 40-160 mg por via oral duas vezes ao dia
Fonte: BMJ Best Practice
As causas mais comuns de insuficiência cardíaca diastólica (ICD) são hipertensão, doença arterial coronariana e diabetes mellitus. Menos comumente, a cardiomiopatia (hipertrófica, infiltrante, genética, pós-parto, viral, induzida por radiação ou por quimioterapia) é a causa imediata.
Os fatores precipitantes comuns de exacerbação da insuficiência cardíaca incluem:
-Sobrecarga de volume (por exemplo, na valvopatia cardíaca)
-Taquicardia
-Hipertensão descontrolada
-Isquemia
-Arritmia (por exemplo, fibrilação atrial)
-Estressores sistêmicos (por exemplo, anemia, febre, infecção, tireotoxicose)
-Uso de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs).
Tratamento
-Em grupos de pacientes com insuficiência cardíaca diastólica (ICD) aguda descompensada:
Diuréticos:
Demonstrou-se que os diuréticos de alça (por exemplo, furosemida, bumetanida, torasemida) reduzem a pré-carga, diminuindo assim o enchimento ventricular e melhorando a congestão vascular pulmonar através da diminuição da pressão de enchimento. Os diuréticos têm o potencial para diminuir o débito cardíaco e causar a hipotensão. No entanto, isso é compensado por uma diminuição na pressão diastólica do ventrículo direito (VD) causando uma diminuição da carga no septo interventricular e subsequente melhora na distensibilidade do ventrículo esquerdo (VE).
Os diuréticos devem ser usados com cautela, pois uma queda súbita no enchimento do VE pode resultar em débito cardíaco reduzido e hipotensão, e os pacientes com ICD podem ser mais propensos a esses efeitos adversos por causa da relação volume-pressão mais acentuada.
Os diuréticos (que não os de alça, como a metolazona) poderão ser usados em associação com diuréticos de alça quando estes últimos não forem suficientes para conseguir a diurese desejada.
As doses devem ser baixas no início e aumentadas gradualmente de acordo com a resposta.
Como opções primárias temos:
-furosemida: 20-40 mg por via intravenosa/intramuscular a cada 1-2 horas inicialmente, aumentar em incrementos de 20 mg/dose a cada 2 horas de acordo com a resposta; 20-80 mg por via oral inicialmente, aumentar em incrementos de 20-40 mg a cada 6-8 horas de acordo com a resposta, máximo de 600 mg/dia
-bumetanida: 0.5 a 1 mg por via intravenosa/intramuscular a cada 2-3 horas, máximo de 10 mg/dia; 0.5 a 2 mg por via oral uma ou duas vezes ao dia inicialmente, aumentar de acordo com a resposta, máximo de 10 mg/dia
-torasemida: 10-20 mg por via oral/intravenosa uma vez ao dia inicialmente, aumentar de acordo com a resposta, máximo de 200 mg/dia (oral) ou 200 mg/dose (intravenosa)
Oxigênio:
Oxigênio suplementar deve ser fornecido (por meio de cânula nasal, máscara facial ou ventilação mecânica) a todos os pacientes que se apresentam com sinais e sintomas de insuficiência cardíaca para atingir a saturação de oxigênio de >90%.
Inibidor da enzima conversora da angiotensina (ECA) ou bloqueador dos receptores de angiotensina II:
Os inibidores da ECA:
Incluem captopril, enalapril e perindopril.Os bloqueadores dos receptores da angiotensina II incluem irbesartana, losartana e candesartana. A terapia combinada não é recomendada devido ao risco de hipercalemia.
É extremamente importante que as doses sejam baixas no início e aumentadas gradualmente de acordo com a resposta, levando-se a função renal em consideração.
Como opções primárias temos:
-captopril: 6.25 a 50 mg por via oral três vezes ao dia
-enalapril: 2.5 a 20 mg por via oral uma ou duas vezes ao dia
-perindopril: 2-16 mg por via oral uma vez ao dia
-irbesartana: 150-300 mg por via oral uma vez ao dia
-losartana: 25-100 mg por via oral uma vez ao dia
-candesartana: 4-32 mg por via oral uma vez ao dia
- Em pacientes com insuficiência cardíaca diastólica (ICD) crônica:
Manejo de fatores de risco:
O manejo dos fatores de risco, como o controle da PA em pacientes hipertensos, a perda de peso em pacientes obesos, tratamento da dislipidemia de acordo com as diretrizes atuais e a otimização do controle glicêmico em pacientes com diabetes mellitus (DM), é fundamental no tratamento da ICD crônica.
Diuréticos:
Nos pacientes com sinais persistentes de sobrecarga hídrica, pode ser necessário o uso de diuréticos.As doses devem ser baixas no início e aumentadas gradualmente de acordo com a resposta.
Como Opções primárias temos:
-furosemida: 20-80 mg por via oral uma ou duas vezes ao dia inicialmente, aumentar de acordo com a resposta, máximo de 600 mg/dia
-bumetanida: 0.5 a 2 mg por via oral uma ou duas vezes ao dia inicialmente, aumentar de acordo com a resposta, máximo de 10 mg/dia
-torasemida: 10-20 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar de acordo com a resposta, máximo de 200 mg/dia
Em caso de hipertensão associada:
Inibidores da ECA ou bloqueadores do receptor de angiotensina (BRAs) II são considerados um importante elemento do tratamento de ICD em pacientes com hipertensão coexistente.Não há evidências que favoreçam o uso de um sobre o outro. A terapia combinada não é recomendada devido ao risco de hipercalemia. As doses devem ser baixas no início e aumentadas gradualmente de acordo com a resposta.
Como Opções primárias, temos:
-captopril: 6.25 a 50 mg por via oral três vezes ao dia
-enalapril: 2.5 a 20 mg por via oral uma ou duas vezes ao dia
-quinapril: 5-20 mg por via oral duas vezes ao dia
-candesartana: 4-32 mg por via oral uma vez ao dia
-losartana: 25-100 mg por via oral uma vez ao dia
-telmisartana: 20-80 mg por via oral uma vez ao dia
-valsartana: 40-160 mg por via oral duas vezes ao dia
Fonte: BMJ Best Practice
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Data de inscrição : 14/03/2015
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