Dor abdominal crônica recorrente em crianças
MEDICINA UFOP :: 2013-1 :: Diego
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Dor abdominal crônica recorrente em crianças
DOR ABDOMINAL CRÔNICA RECORRENTE EM CRIANÇAS
A origem da dor abdominal é complexa e não há um único modelo de casualidade. De um modo geral, as doenças orgânicas são identificadas em 10% das crianças com DAR. Várias causas orgânicas estão relacionadas à dor abdominal, sendo que, em muitos casos, a fisiopatologia é relacionada a processos infecciosos (por exemplo, infecção do trato urinário), inflamatórios (doença de Crohn) ou distensão/obstrução de vísceras ocas. Doenças parasitárias e constipação também devem ser consideradas.
CAUSAS DE DOR ABDOMINAL RECORRENTE
Muitas doenças podem causar DAR. Na prática clínica, a maioria das crianças e adolescentes não tem evidência da doença e apresenta dor abdominal funcional. A classificação de Roma II (1999) sugere um sistema de classificação funcional das desordens gastrointestinais que se associam com as dores abdominais recorrentes. São incluídos os diagnósticos de dispepsia funcional, síndrome do intestino irritável, dor abdominal funcional e migrânea abdominal. Na presença de sintomas de dor abdominal que preencham os critérios de Roma, pode-se estabelecer o diagnóstico definitivo sem necessidade de investigação laboratorial adicional. A escala de Roma foi revista e modificada em 2006, sendo desenvolvidos os critérios Roma para dores abdominais funcionais pediátricas.
ABORDAGEM DA CRIANÇA COM DOR
Os exames, como a urina tipo 1, o exame de fezes e alguns de sangue são recomendados para se excluir causas orgânicasde pacientes com DAR. Avaliações com exames de imagem (ultrassom, radiografia simples, tomografia computadorizada) e investigações invasivas, como a endoscopia, são raramente necessárias.
1. Explicação para a família, de forma cuidadosa, sobre osconceitos e as razões por trás das investigações. Após a exclusão das causas orgânicas, reassegure ao paciente e à família que não há uma doença séria presente.
2. Identificação dos sinais de alerta.
3. Postura de evitar “rótulos psicológicos”, a não ser que as evidências mostrem a presença de psicopatologia.
4. Permissão (e encorajamento) para a realização das atividades normais.
5. Atenção para a retirada das atividades. Caso ocorra a interrupção das atividades normais por iniciativa daprópria criança, deve-se considerar o encaminhamento psicológico.
6. Estabelecimento de um acompanhamento regular com retornos periódicos para controle dos sintomas.
7. Disponibilidade para examinar a criança caso ocorram mudanças no padrão da dor ou no caso de pais muito ansiosos.
8. Cuidado com a resposta ao placebo. Evite o diagnóstico imediato baseado em resposta terapêutica.
9. Abertura para pedidos de segunda opinião.
REFERÊNCIA:
*http://www.sbp.com.br/sbpciencia/show_item.cfm?id_categoria=5&id_detalhe=1593&tipo=S
(Consenso sobre Dores PouCo ValorizaDas em Crianças)
A origem da dor abdominal é complexa e não há um único modelo de casualidade. De um modo geral, as doenças orgânicas são identificadas em 10% das crianças com DAR. Várias causas orgânicas estão relacionadas à dor abdominal, sendo que, em muitos casos, a fisiopatologia é relacionada a processos infecciosos (por exemplo, infecção do trato urinário), inflamatórios (doença de Crohn) ou distensão/obstrução de vísceras ocas. Doenças parasitárias e constipação também devem ser consideradas.
CAUSAS DE DOR ABDOMINAL RECORRENTE
Muitas doenças podem causar DAR. Na prática clínica, a maioria das crianças e adolescentes não tem evidência da doença e apresenta dor abdominal funcional. A classificação de Roma II (1999) sugere um sistema de classificação funcional das desordens gastrointestinais que se associam com as dores abdominais recorrentes. São incluídos os diagnósticos de dispepsia funcional, síndrome do intestino irritável, dor abdominal funcional e migrânea abdominal. Na presença de sintomas de dor abdominal que preencham os critérios de Roma, pode-se estabelecer o diagnóstico definitivo sem necessidade de investigação laboratorial adicional. A escala de Roma foi revista e modificada em 2006, sendo desenvolvidos os critérios Roma para dores abdominais funcionais pediátricas.
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS PARA DESORDENS INTESTINAIS FUNCIONAIS
ABORDAGEM DA CRIANÇA COM DOR
A anamnese adequada associada ao exame físico são mandatários para uma avaliação adequada em pacientes com história de dor abdominal recorrente. Devem ser colhidos dados sobre a dor, frequência, localização, qualidade e associação com outros sintomas, como sudorese, náuseas e tonturas. É importante que se pesquise a existência de fatores desencadeantes, como doença viral recente, ingestão de certos tipos de alimentos e relação com estresse, ansiedade e uso concomitante ou anterior de medicação. Sintomas sistêmicos devem ser observados, tais como perda de peso, atraso no crescimento, atraso no desenvolvimento puberal, febre, erupção cutânea e dor articular. A história familiar de doença inflamatória intestinal ou de úlcera péptica deve ser questionada.
O exame físico deve ser completo: curva de crescimento, ganho ponderal, estado geral do paciente, pele, artrites e sinais de inflamação perirretal. O exame físico abdominal deve incluir a inspeção do abdome, ausculta dos ruídos intestinais, palpação do fígado, baço, massas e áreas de sensibilidade. O exame físico de pacientes com distúrbios funcionais geralmente é inespecífico, embora possa haver uma discreta área de maior sensibilidade à palpação. Sinais de irritação peritonial não são consistentes com diagnóstico de dor abdominal funcional. Para o diagnóstico de DAR não são necessários os exames subsidiários sofisticados. É essencial uma análise completa da queixa e dos outros componentes da história, um exame físico meticuloso e um raciocínio criterioso de investigação. Crianças que apresentam sinais de alerta na história e no exame físico necessitamde maiores investigações com exames.
O exame físico deve ser completo: curva de crescimento, ganho ponderal, estado geral do paciente, pele, artrites e sinais de inflamação perirretal. O exame físico abdominal deve incluir a inspeção do abdome, ausculta dos ruídos intestinais, palpação do fígado, baço, massas e áreas de sensibilidade. O exame físico de pacientes com distúrbios funcionais geralmente é inespecífico, embora possa haver uma discreta área de maior sensibilidade à palpação. Sinais de irritação peritonial não são consistentes com diagnóstico de dor abdominal funcional. Para o diagnóstico de DAR não são necessários os exames subsidiários sofisticados. É essencial uma análise completa da queixa e dos outros componentes da história, um exame físico meticuloso e um raciocínio criterioso de investigação. Crianças que apresentam sinais de alerta na história e no exame físico necessitamde maiores investigações com exames.
SINAIS DE ALERTA NA HISTÓRIA E NO EXAME FÍSICO PARA DOR ABDOMINAL RECORRENTE
Os exames, como a urina tipo 1, o exame de fezes e alguns de sangue são recomendados para se excluir causas orgânicasde pacientes com DAR. Avaliações com exames de imagem (ultrassom, radiografia simples, tomografia computadorizada) e investigações invasivas, como a endoscopia, são raramente necessárias.
EXAMES AUXILIARES NO DIAGNÓSTICO DA DOR ABDOMINAL RECORRENTE
A recomendação para o tratamento das crianças com DAR inclui suporte e educação para a família, garantindo-se que não há uma doença séria presente. Com esta abordagem, 30 a 60% das crianças apresentam resolução da sua dor1. O tratamento farmacológico com antagonistas do receptor H2 pode ser utilizado para o manuseio dos sintomas de crianças com dispepsia. O uso de pizotifeno, um antagonista seratoninérgico, tem se mostrado efetivo nos casos de migrânea abdominal6. O uso de analgésicos, como o paracetamol e a dipirona, pode ser necessário para os momentos de crise álgica. Alguns passos são úteis para o adequado manuseio das dores recorrentes abdominais:
1. Explicação para a família, de forma cuidadosa, sobre osconceitos e as razões por trás das investigações. Após a exclusão das causas orgânicas, reassegure ao paciente e à família que não há uma doença séria presente.
2. Identificação dos sinais de alerta.
3. Postura de evitar “rótulos psicológicos”, a não ser que as evidências mostrem a presença de psicopatologia.
4. Permissão (e encorajamento) para a realização das atividades normais.
5. Atenção para a retirada das atividades. Caso ocorra a interrupção das atividades normais por iniciativa daprópria criança, deve-se considerar o encaminhamento psicológico.
6. Estabelecimento de um acompanhamento regular com retornos periódicos para controle dos sintomas.
7. Disponibilidade para examinar a criança caso ocorram mudanças no padrão da dor ou no caso de pais muito ansiosos.
8. Cuidado com a resposta ao placebo. Evite o diagnóstico imediato baseado em resposta terapêutica.
9. Abertura para pedidos de segunda opinião.
REFERÊNCIA:
*http://www.sbp.com.br/sbpciencia/show_item.cfm?id_categoria=5&id_detalhe=1593&tipo=S
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