Avaliação Multidimensional do Idoso
MEDICINA UFOP :: 2015-1 :: Ana Luiza
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Avaliação Multidimensional do Idoso
Avaliação Multidimensional do Idoso
Ainda não é conhecida inteiramente a relação entre manejo pró-ativo dos pacientes idosos, qualidade de vida e longevidade. É necessário que se produzam mais evidências sobre o quanto a intervenção pode influenciar positivamente nos desfechos.
Apesar do grau de incerteza, há consenso quanto aos objetivos da promoção da saúde e de prevenção de doenças nos pacientes idosos. São eles:
a) redução da mortalidade prematura causada por doenças agudas ou crônicas;
b) manutenção da independência funcional;
c) extensão da expectativa de vida ativa; e
d) melhora na qualidade de vida.
Princípios para a promoção e proteção da saúde dos idosos com a intenção de proporcionar diretrizes para a ação dos profissionais de
saúde:
− A velhice não é uma enfermidade e sim, uma etapa evolutiva da vida.
− A maioria das pessoas com mais de 60 anos estão em boas condições de saúde, mas, ao envelhecer, perdem a capacidade de recuperar-se das doenças de forma rápida ou completa e tornam-se suscetíveis a incapacidades e à necessidade de ajuda para seu
cuidado pessoal.
− É possível melhorar a capacidade funcional mediante reabilitação e estímulo ou evitando novos agravos à saúde.
− Do ponto de vista social e psicológico, os idosos são mais heterogêneos que os jovens.
− A promoção da saúde na velhice deveria dirigir-se para a preservação da saúde mental e física, amparo social e, na mesma medida, para a prevenção de doenças e incapacidades.
Muitas medidas que afetam a saúde dos idosos transcendem o setor saúde, sendo necessárias ações intersetoriais. Os objetivos clássicos de prevenção estão centrados na redução da morbimortalidade. No cuidado do idoso, indubitavelmente, têm maior importância as ações direcionadas para a redução das incapacidades e da dependência, para a prevenção da ruptura familiar e para a manutenção do idoso no seu lar enquanto isso for possível. A prevenção das doenças e dos acidentes organiza-se no conjunto de intervenções que procuram antecipar-se a esses eventos, dirigindo sua atuação a problemas específicos ou a um grupo. Alcança indivíduos ou grupos em risco de adoecer ou acidentar-se. Estas intervenções
podem estar focalizadas para indivíduos, para grupos sociais ou para a sociedade em geral. No campo da promoção da saúde, alguns estudos demonstram melhora na auto-estima, na autonomia e na satisfação com a vida em determinados grupos de idosos. Isto sugere que intervenções psicossociais com idosos e cuidadores através de atividades de grupo para educação em saúde, a formação de grupos de ajuda mútua ou a realização de atividades de voluntariado podem ter grandes benefícios na melhora da qualidade de vida.
Uma avaliação multidimensional para o cuidado do idoso é, primordialmente, o esforço sistemático de organizar o grande número de informações advindas do processo investigativo, com a intenção de manejar apropriadamente um paciente idoso com seus complexos e interativos problemas. Esta definição foi decisiva como justificativa para consolidar a geriatria e a gerontologia como campos específicos do conhecimento. Os pioneiros da
geriatria, professores britânicos e jovens acadêmicos nos Estados Unidos, enfatizavam certas diferenças nos cuidados dos pacientes idosos. Tais diferenças fundamentaram-se na distinção entre o cuidar e o curar, entre doença e estado funcional, entre a Medicina Oleriana de diagnóstico-e tratamento e o simultâneo manejo de diversas doenças e, finalmente, entre uma medicina atuando isoladamente e uma medicina como parte integrante de abordagem multidisciplinar.
Na análise da literatura, encontram-se várias estratégias de aplicação de avaliação multidimensional em APS, as quais podem diferenciar-se em termos de metodologia e efetividade. A tendência atual centra-se na busca de métodos mais eficientes para detectar aqueles indivíduos com maior probabilidade de experimentar necessidades não conhecidas e suscetíveis à intervenção.Com esta finalidade, é proposto um processo de duas fases: uma fase de rastreamento utilizando instrumento apropriado para consulta médica, seguida por uma avaliação mais detalhada dos indivíduos sob risco.
Alguns fatores facilitariam a implantação de uma ação organizada para o cuidado dos idosos em APS. Primeiramente, métodos que sejam aceitos por todos os profissionais e não somente por aqueles com especial interesse no tema, sem desvalorizar o elemento antecipatório que existe na atenção rotineira que provê o médico de APS. Outro aspecto seria o registro claro do estado funcional do paciente, com a finalidade de contar com sumarizações úteis que permitam documentar as mudanças ao longo do tempo e predizer quando é conveniente e aconselhável uma determinada intervenção.
É com a finalidade de avaliar a eficácia e eficiência de uma abordagem diagnóstica voltada para o cuidado dos pacientes em APS, que se propõe a utilização de uma avaliação multidimensional do idoso (AMI) como uma nova tecnologia de rastreamento e diagnóstico dos problemas que mais freqüentemente afetam a qualidade de vida dos indivíduos com 60 anos ou mais.
Gênero e idade
− História prévia de internação hospitalar nos últimos seis meses
− Funções pesquisadas:
visão
audição
função de membros superiores
função de membros inferiores
estado mental
risco de queda domiciliar
atividades de vida diária
continência urinária
Referência:
Sirena, Sergio Antonio, Avaliação multidimensional do idoso: uma abordagem em atenção primária à
saúde/Sergio Antonio Sirena; orientado por Emílio H. Moriguchi e Silvia P.Takeda. --
Porto Alegre: 2002.
Ainda não é conhecida inteiramente a relação entre manejo pró-ativo dos pacientes idosos, qualidade de vida e longevidade. É necessário que se produzam mais evidências sobre o quanto a intervenção pode influenciar positivamente nos desfechos.
Apesar do grau de incerteza, há consenso quanto aos objetivos da promoção da saúde e de prevenção de doenças nos pacientes idosos. São eles:
a) redução da mortalidade prematura causada por doenças agudas ou crônicas;
b) manutenção da independência funcional;
c) extensão da expectativa de vida ativa; e
d) melhora na qualidade de vida.
Princípios para a promoção e proteção da saúde dos idosos com a intenção de proporcionar diretrizes para a ação dos profissionais de
saúde:
− A velhice não é uma enfermidade e sim, uma etapa evolutiva da vida.
− A maioria das pessoas com mais de 60 anos estão em boas condições de saúde, mas, ao envelhecer, perdem a capacidade de recuperar-se das doenças de forma rápida ou completa e tornam-se suscetíveis a incapacidades e à necessidade de ajuda para seu
cuidado pessoal.
− É possível melhorar a capacidade funcional mediante reabilitação e estímulo ou evitando novos agravos à saúde.
− Do ponto de vista social e psicológico, os idosos são mais heterogêneos que os jovens.
− A promoção da saúde na velhice deveria dirigir-se para a preservação da saúde mental e física, amparo social e, na mesma medida, para a prevenção de doenças e incapacidades.
Muitas medidas que afetam a saúde dos idosos transcendem o setor saúde, sendo necessárias ações intersetoriais. Os objetivos clássicos de prevenção estão centrados na redução da morbimortalidade. No cuidado do idoso, indubitavelmente, têm maior importância as ações direcionadas para a redução das incapacidades e da dependência, para a prevenção da ruptura familiar e para a manutenção do idoso no seu lar enquanto isso for possível. A prevenção das doenças e dos acidentes organiza-se no conjunto de intervenções que procuram antecipar-se a esses eventos, dirigindo sua atuação a problemas específicos ou a um grupo. Alcança indivíduos ou grupos em risco de adoecer ou acidentar-se. Estas intervenções
podem estar focalizadas para indivíduos, para grupos sociais ou para a sociedade em geral. No campo da promoção da saúde, alguns estudos demonstram melhora na auto-estima, na autonomia e na satisfação com a vida em determinados grupos de idosos. Isto sugere que intervenções psicossociais com idosos e cuidadores através de atividades de grupo para educação em saúde, a formação de grupos de ajuda mútua ou a realização de atividades de voluntariado podem ter grandes benefícios na melhora da qualidade de vida.
Uma avaliação multidimensional para o cuidado do idoso é, primordialmente, o esforço sistemático de organizar o grande número de informações advindas do processo investigativo, com a intenção de manejar apropriadamente um paciente idoso com seus complexos e interativos problemas. Esta definição foi decisiva como justificativa para consolidar a geriatria e a gerontologia como campos específicos do conhecimento. Os pioneiros da
geriatria, professores britânicos e jovens acadêmicos nos Estados Unidos, enfatizavam certas diferenças nos cuidados dos pacientes idosos. Tais diferenças fundamentaram-se na distinção entre o cuidar e o curar, entre doença e estado funcional, entre a Medicina Oleriana de diagnóstico-e tratamento e o simultâneo manejo de diversas doenças e, finalmente, entre uma medicina atuando isoladamente e uma medicina como parte integrante de abordagem multidisciplinar.
Na análise da literatura, encontram-se várias estratégias de aplicação de avaliação multidimensional em APS, as quais podem diferenciar-se em termos de metodologia e efetividade. A tendência atual centra-se na busca de métodos mais eficientes para detectar aqueles indivíduos com maior probabilidade de experimentar necessidades não conhecidas e suscetíveis à intervenção.Com esta finalidade, é proposto um processo de duas fases: uma fase de rastreamento utilizando instrumento apropriado para consulta médica, seguida por uma avaliação mais detalhada dos indivíduos sob risco.
Alguns fatores facilitariam a implantação de uma ação organizada para o cuidado dos idosos em APS. Primeiramente, métodos que sejam aceitos por todos os profissionais e não somente por aqueles com especial interesse no tema, sem desvalorizar o elemento antecipatório que existe na atenção rotineira que provê o médico de APS. Outro aspecto seria o registro claro do estado funcional do paciente, com a finalidade de contar com sumarizações úteis que permitam documentar as mudanças ao longo do tempo e predizer quando é conveniente e aconselhável uma determinada intervenção.
É com a finalidade de avaliar a eficácia e eficiência de uma abordagem diagnóstica voltada para o cuidado dos pacientes em APS, que se propõe a utilização de uma avaliação multidimensional do idoso (AMI) como uma nova tecnologia de rastreamento e diagnóstico dos problemas que mais freqüentemente afetam a qualidade de vida dos indivíduos com 60 anos ou mais.
Gênero e idade
− História prévia de internação hospitalar nos últimos seis meses
− Funções pesquisadas:
visão
audição
função de membros superiores
função de membros inferiores
estado mental
risco de queda domiciliar
atividades de vida diária
continência urinária
Referência:
Sirena, Sergio Antonio, Avaliação multidimensional do idoso: uma abordagem em atenção primária à
saúde/Sergio Antonio Sirena; orientado por Emílio H. Moriguchi e Silvia P.Takeda. --
Porto Alegre: 2002.
Ana Luiza M. Reggiani- Mensagens : 9
Data de inscrição : 14/03/2015
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